Oi, oi, oi.
No feriado de Corpus Christi fomos pro interior das Minas Gerais passear, descansar e conhecer a família do meu sogro. Ficamos num sítio lindo com uma horta linda e um galinheiro a nossa disposição. Não preciso dizer que Francisco ficou doido. Ele curte muito o campo, a terra, os animais. Papai também. Eu posso ficar sem os animais, mas embarco na viagem deles. Ficamos na cidade de Guaranésia, próxima à Guaxupé, a terra das montanhas de café.
Essa introdução foi só pra ilustrar um pouco o real motivo desse texto. Só pra responder de uma forma mais completa uma pergunta de uma prima que conheci lá. Conversando sobre a alimentação do Francisco, ela perguntou porque eu sempre posto no Facebook fotos dos lanches que ele leva pra escola.
Eu parei, pensei e também me perguntei o porque. Numa fração de segundos, me veio a mente a imagem do meu primo Renatinho e seus irmãos, que separavam tudo que era colorido do prato. Tomate, pimentão, cebola. Cenoura? Nem pensar! Alface? Imagina! A única coisa bem recebida era batata.
Minha resposta foi curta. "Pra inspirar outras mães". Já comentei aqui como Ivan e eu mudamos muito a nossa alimentação desde que nos descobrimos grávidos. Temos uma preocupação muito grande também com a alimentação de Francisco.
Até os seis meses foi exclusivamente leite materno. Até 1 ano, nada de sal. Até hoje, 2a5m, açúcar só mascavo. Nunca demos biscoito recheado, nem salgadinhos tipo Cheetos. Suco só natural. Eu faço questão de espremer a laranja, de bater o maracujá, a melancia no liquidificador. Francisco adora água de coco, passas, morango, kiwi, cebola, azeitona, tomate, alface. Não gosta de mamão. Chupa limão sem fazer careta. Nunca tomou refrigerante.
Depois que completou 2 anos, ele tem liberdade pra comer qualquer coisa nas festas que vamos. Ele gosta de chocolate. Experimentou algodão doce e não gostou. Come meio brigadeiro e me dá a outra metade. Se tiver frutas, ele as devora, como fez na festinha da Marina e Miguel.
Minha grande preocupação mesmo é com a escola, onde inventei que ele tem APLV pra não darem nenhum tipo de leite. Num evento com a presença das mães, as crianças comiam balas com a maior naturalidade. Até o professor de educação física dá pirulito como gratificação no final das aulas. É absurdo atrás de absurdo.
Não é extremismo. É apenas orientação correta da alimentação de uma criança que tá descobrindo os sabores. A criança pode comer o doce, mas também o brócolis. Pode comer o salgadinho, mas também a maçã. Pra que incentivar uma alimentação errônea?
Compartilho da mesma opinião da apresentadora Bela Gil:
" Os valores estão invertidos na nossa sociedade. Muitas pessoas acreditam que saúde é sinônimo de mais hospitais, quando o ideal seria acreditar na promoção de uma alimentação e estilo de vida saudável para que não precisássemos de mais hospitais. Educação não é só falar por favor e obrigada e sim saber fazer escolhas que afetem o mínimo possível aos outros e ao meio-ambiente. Então, quando a sociedade enxergar a alimentação saudável como um investimento e garantia de qualidade de vida, quando cozinharmos pensando e respeitando a saúde do corpo, da terra e dos produtores, aí sim conseguiremos construir um futuro melhor."
É isso.
ps. Se puder, clique no link abaixo e leia este artigo pra entender ainda mais o meu posicionamento.
http://www.primeirascolheradas.com/2015/06/a-lancheira-da-intolerancia/